sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Chamada: Kant and the Contemporary World (Catania/2018)

O Departamento de Ciência Política da Universidade da Catânia (Itália) está recebendo submissões para o evento Kant and the Contemporary World, que será realizado em outubro de 2018. Entre os(as) palestrantes convidados(as), estão alguns dos filósofos e filósofas com os trabalhos mais interessantes sobre o legado kantiano para a filosofia contemporânea, como Paul Guyer (Brown), Lea Ypi (LSE) e Alessandro Pinzani (UFSC). A chamada está aberta até o dia 01/02 de 2018. Mais informações podem ser encontradas na chamada abaixo:







Call for papers


Multilateral Kant Colloquium - 8th Edition
University of Catania – Catania (Italy) - October 11-13, 2018

Abstracts are welcome for the 8th Edition of the Multilateral Kant Colloquium Kant and the Contemporary World: Philosophy, Science, Politics,” to be held at the Department of Political and Social Sciences of the University of Catania, October 11-13, 2018. The theme is to be intended in the broadest possible sense, as involving any aspect of Kant’s philosophy with an impact on issues debated in contemporary philosophy and science, as well as relevant for the most pressing political problems of our time. 

Scholars from all over the world will be involved in presentations and discussions of the most up-to-date research on Kant’s philosophy. Some of the keynotes in this edition will be Professors Paul Guyer, Pauline Kleingeld, Robert Louden, Bernd Doerflinger, Heiner Klemme,  Alessandro Pinzani, Mario Caimi, Lea Ypi, Luigi Caranti. With the support of the Società Italiana di Studi Kantiani, the conference is part of an annual initiative started in 2008 by an international group of scholars keen on promoting informed debate on the latest developments of Kant scholarships. Previous editions took place in Italy (“Kant Today”, Verona and Padua), Portugal (“What is Man? – Was ist der Mensch?”, Lisbon 2009), Germany (“Kant and Antinomical Thinking”, Mainz 2011; and “Kant and His Critics”, Halle 2017), Brazil (“Kant and the Metaphors of Reason”, Tiradentes 2013), Spain (“Kant’s Short Writings – Kleine Schriften”, Madrid 2014), and the United States (“Kant on Violence, Revolution, and Progress”, Hempstead, NY 2016). The current edition aims at highlighting the relevance of Kantian thought with respect to the contemporary world, which becomes increasingly acknowledged in a wide number of issues crosscutting both the theoretical and practical sides of his work.


The Colloquium is addressed to scholars at an advanced stage of their career as well as junior researchers with an interest in Kantian philosophy. Participants will find the ideal context for high quality feedback on their ongoing work and challenging discussions. Over three days, the conference will be structured around 10 invited talks and presentations selected through this call for papers. 


The official language is English, but participants can submit and present their papers in Italian, German, Portuguese, Spanish or French. If papers are not written in English, an English version of the texts should be made available at the moment of the presentation. An international committee chaired by Prof. Luigi Caranti will select the papers.


​Abstracts should be prepared for blind review and be confined between 600 and 800 words. Each presentation will last 30 minutes, followed by 15 minutes for questions and debate. Deadline for subission: February 1st 2018. Please send abstracts to: denise.celentano@ehess.fr. Notice of acceptance will be issued by March 1st 2018.

Accommodation:

Rooms at Campus d'Aragona few minute walk from the Department) are available at the following rates (breakfast included): 50€ single, 55€ double as single, 60€ double, 75€ triple. Reservations should be made by April 30th 2018, specifying your participation to the Multilateral along with the rates mentioned. Alternatively, there are many good and cheap accommodations in Catania that you may book on your own. 

Important dates:
Deadline for submission: February 1st, 2018
Notice of acceptance: March 1st, 2018
Multilateral Kant Colloquium: October 11-13, 2018


Organization
Director 
Prof. Luigi Caranti, University of Catania, Italy
Coordinators
Nunzio Alì, Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil
Denise Celentano, University of Catania & École des Hautes Études en Sciences Sociales, France 


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Dossiê Teoria Política Contemporânea (Lua Nova)

A última edição da revista Lua Nova publicou um dossiê especial dedicado às principais vertentes da teoria política contemporânea e como cada uma delas tem sido desenvolvida em nossa comunidade de pesquisa. Com esse objetivo, a revista reuniu alguns dos principais pesquisadores e pesquisadoras do campo entorno da seguinte pergunta: o que distingue um modo determinado de se fazer teoria política e quais os seus principais ganhos e desafios? A Teoria Crítica da Sociedade (uma das vertentes mais pesquisadas no Brasil) foi representada por Alessandro Pinzani (UFSC). Álvaro de Vita (USP) escreveu o artigo sobre teoria política normativa e Ricardo Silva (UFSC) sobre método genealógico e a teoria política histórica de modo geral. Rúrion Melo (USP) e Renato Perissinoto (UFPR) e José Szwako (IESP) ficaram responsáveis pelas diferentes intersecções entre teoria social e teoria política, focando na produção teórica com base em contextos empiricamente informados, no primeiro caso, e no papel dos movimentos sociais como agentes produtores de teorização política, no segundo.

Na introdução ao dossiê, as organizadoras Raquel Kritsch (UEL) e Raissa Ventura (USP) apresentam um balanço das correntes teóricas mais influentes das últimas décadas e, de modo ainda mais interessante, propõem que entendamos (i) a pluralidade de teorias, e (ii) o pluralismo teórico, como duas categorias centrais da teorização política contemporânea. Isto é, se, de modo mais ou menos trivial, o campo de pesquisa é marcado pela coexistência de perspectivas teóricas diferentes e antagônicas (pluralidade), é preciso notarmos também que a produção contemporânea tem incorporado o reconhecimento dessa pluralidade (o "fato do pluralismo") como um fundamento teórico importante. É como se as teorias contemporâneas estivessem se tornado cada vez mais cônscias dos limites epistemológicos e metodológicos de suas próprias escolhas, fato esse que, segundo as organizadoras, acabaria por aproximar as diferentes vertentes naquilo que diz respeito ao diálogo necessário com as ciências empíricas, de um lado, e, de outro, quanto reconhecimento da nossa atividade profissional como um trabalho ao mesmo tempo falível e coletivo.

A publicação é extremamente bem-vinda para a comunidade de teóricas e teóricos brasileiros que, por vezes, encontra certa dificuldade em apresentar uma identidade disciplinar própria frente às áreas de pesquisa adjacentes. Os artigos completos podem ser acessados abaixo:





Raquel Kritsch & Raissa W. Ventura

Esta introdução ao dossie de Teoria Política Contemporânea procura abordar, por meio de reflexão a respeito dos temas da pluralidade e do pluralismo, o diagnóstico de que a teoria política conta atualmente com multiplicidade de vocabulários e “fazeres”. Para tanto, apresentamos as cinco concepções de teoria política - normativa clássica, institucional, histórica, empírica e ideológica - localizadas por A. Vincent em 2004 e que teriam demarcado o terreno da disciplina bem como sua prática de meados do século XIX até nossos dias. Em seguida, procuramos justificar em dois passos de que modo a pluralidade e o pluralismo epistemológico constituem parte incontornável da produção de conhecimento levada a cabo neste campo. Concluímos que, dada sua atual condição de parcialidade, a produção de conhecimento na teoria política poderia ser mais bem exercida se fosse compreendida e tomada como empreendimento coletivo inacabado. Por fim, procedemos à breve apresentação dos artigos que compõem o dossiê.


Alessandro Pinzani

Este artigo defende, primeiramente, a ideia de que toda e qualquer teoria política é intrínseca e inevitavelmente normativa, mesmo quando afirma ser meramente descritiva e empírica. Ao fazer isso, o artigo estabelece uma diferença central entre teorias normativas “externalistas” e teorias normativas que assumem uma posição de crítica imanente. Em seguida defende uma posição próxima da defendida por Horkheimer, em 1937, e por Adorno, em 1961, de que é necessário desenvolver uma teoria crítica da sociedade que rechace a atitude positivista ou cientificista e reconheça as contradições inerentes ao seu próprio objeto. Para tanto, oferecerá algumas observações sobre possíveis caminhos para uma Teoria Crítica capaz de entender e criticar a sociedade contemporânea.


Álvaro de Vita

Este artigo tem o propósito de examinar certo modo de praticar a teoria política, característico da perspectiva teórica que pode ser denominada, em termos amplos, “justiça rawlsiana”. Em primeiro passo, e valendo-se de um termo cunhado por Ian Shapiro, sustenta-se que a teoria política normativa de matriz rawlsiana é essencialmente “orientada por problemas”. Examinam-se, a seguir, três problemas controversos que exemplificam essa característica metodológica: como conceber o cultivo e fortalecimento do senso de justiça dos cidadãos de uma sociedade democrática; a métrica normativa apropriada à justiça social; e a questão do suposto excesso de idealismo da teoria política normativa de orientação rawlsiana. A ideia é tanto explicitar certo modo de praticar a teoria política como evidenciar os recursos que a justiça rawlsiana tem para enfrentar, de seu próprio ponto de vista, objeções que lhe são feitas nessas três áreas de discus­são pública e teórica.


Ricardo Silva

Visando a apresentação de um caso exemplar da abordagem histórica da teoria política, este artigo examina momentos decisivos da trajetória intelectual de Quentin Skinner, de suas primeiras publicações às mais recentes. Observa-se que, com o passar das décadas, Skinner evolui de uma posição adversa para uma posição favorável ao intercâmbio entre a história do pensamento político e a teoria política contemporânea. Em seu esforço de provar a relevância do passado para a intelecção do presente, o autor afasta-se de suas prescrições contextualistas mais extremadas e passa a conceber seu método histórico nos termos da arqueologia e, mais recentemente, da genealogia. Argumenta-se que, a despeito de suas diferenças, as várias fases da metodologia de Skinner têm em comum o fato de derivarem de uma filosofia que situa o conflito ideológico no centro da vida política.


Flávia Biroli

O artigo procura investigar o que fazemos quando produzimos teoria política hoje a partir das teorias feministas da política, situando-as relativamente aos desenvolvimentos da ciência política na segunda metade do século XX. Analisa as conexões entre o empírico e o normativo em teorias que colocam em xeque o descolamento entre o conhecimento produzido, a posição de quem produz conhecimento e os valores predominantes em dado contexto social. A partir de um conjunto heterogêneo de abordagens, afirma que as teorias políticas são teorias de gênero mesmo quando não tratam dessa temática, discutindo as fronteiras entre o que é e o que não é considerado politicamente relevante no debate teórico.


Rúrion Melo

Este artigo procura pensar a relação complementar entre teoria política e pesquisa social. Para tanto, procura-se primeiramente especificar potenciais e limites do método reconstrutivo na teoria política e de que maneira poderia, de um lado, superar a dicotomia entre teorias empíricas e normativas da política e, de outro lado, apontar para uma constituição aberta dos conceitos políticos baseada em seus contextos históricos e sociais. Depois, ressalta-se a gênese social dos conceitos por uma análise da teoria do reconhecimento e de pesquisas sociais empíricas que têm ajudado na renovação e atualização desses fundamentos.



Este texto sugere que movimentos sociais podem ser entendidos como formuladores de “teoria política”, segundo definição específica e crítica, do que seria a vocação teórico-política. Inspirados pela chamada virada ideacional, e aproximando duas discussões afastadas na literatura (a saber, os debates entre teoria política e políticas públicas), este artigo analisa o impacto da ideia de “gênero” em duas políticas estabelecidas no Paraguai. Ao fim, argumentamos que a concepção de teoria política como crítica pública a um viés sistemático considerado injusto é adequada para entender os movimentos sociais não só como portadores de ideias, mas também como “autores em ação” ou “teóricos políticos coletivos”.


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Chamada: Dossiê Rousseau na Revista Dois Pontos

Revista Dois Pontos esta organizando um dossiê temático dedicado à obra de Rousseau, a ser publicado em outubro de 2018. A Revista Dois Pontos é editada conjuntamente pelos Departamentos de Filosofia da UFPR e da UFSCAR. O prazo para o envio de manuscritos termina dia 31 de junho de 2018. Mais informações na chamada abaixo:







Editor: Renato Moscateli (UFGO)
Prazo para submissão: 31/05/2018


sábado, 2 de dezembro de 2017

Desigualdades Urbanas e Imposto sobre Herança (Dez/2017)

No próximo dia 6/12, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) organizará a palestra Housing Price Increase: Inheritance Tax and Inequalities, ministrada pelo cientista político Patrick Le Galès (Science Po). Le Galès é um dos coordenadores do grupo de pesquisa Cities are Back in Town e tem se dedicado ao estudo do desenvolvimento urbano comparado, com ênfase nas dinâmicas de desigualdade nas grandes cidades européias. O evento é aberto ao público em geral. Mais informações na chamada abaixo:




quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Livro: Teoria Crítica em Tempo de Crise

Organizado pelas teóricas críticas Penelope Deutscher e Cristina Lafont, ambas professoras da Northwestern University, a coletânea Critical Theory in Critical Times tem por objetivo reunir os trabalhos mais recentes da teoria crítica da sociedade. Os artigos reunidos no livro possuem duas características, ou duas tendências gerais, que têm marcado os trabalhos da teoria crítica na última década, a saber, uma volta à crítica do capitalismo, como nos trabalhos percursores de Fraser e Brown, e mais recentemente Jaeggi, e a incorporação de perspectivas pós-coloniais, como nos trabalhos de Allen e Mills (ver os artigos abaixo). 

A contribuição de Fraser para a coletânea, Behind Marx's Hidden Abode é ilustrativo desse duplo movimento. Nele, Fraser procura oferecer uma "teoria da crise" do capitalismo renovada pelos perspectivas ecológicas, pós-coloniais e feministas. Partindo do argumento marxiano clássico, segundo o qual o sistema econômico tem como ponto central (ou "morada escondida") a esfera da produção e a atividade do trabalho, Fraser argumenta que, para interpretarmos adequadamente o funcionamento do capitalismo contemporâneo, precisamos olhar para três outras dessas "moradas escondida" que, em certo sentido, tornam possível a própria produção econômica capitalista: a reprodução social nas famílias, o Estado moderno e as instituições representativas nacionais, e os recursos econômicos. 

Tomando como marco teórico os trabalhos históricos de Karl Polanyi e Immamnuel Wallerstein, Fraser procura mostrar como a esfera produtiva moderna e, consequentemente, uma sociedade de mercado de modo geral, dependem  histórica e logicamente de esferas sociais não-mercantilizáveis. Família, política e ecologia, para Fraser, funcionam no capitalismo moderno como condições institucionais para a organização da sociedade com base em mercados, são elas quem permitem que recursos vitais para a produção (como as tarefas de cuidado, as instituições e a matéria prima) possuam ser utilizadas de modo eficiente pelos setores produtivos. 

O ponto é que quando os mercados colonizam essas esferas, por exemplo, pela precarização do trabalho e pela dupla jornada das mulheres, ou pela crescente expropriação de recursos materiais globais, devemos esperar por crises estruturais de grande impacto. Ao mesmo tempo em que expande sua esfera de atuação, o mercado coloca em ameaça os pressupostos básicos de sua reprodução. Com isso Fraser é capaz de apontar para três "vetores de crises" no capitalismo contemporâneo: uma crise da reprodução social ou do cuidado, uma crise de representação política e dos limites do Estado e, finalmente, uma crise ecológica. Cada uma dessas crises representaria, para a autora, uma potencialidade emancipatória para aquelas e aqueles que lutam contra os imperativos deshumanizadores do capitalismo. 






Part I. The Future of Democracy
Part II. Human Rights and Sovereignty
4. A Critical Theory of Human Rights—Some Groundwork, by Rainer Forst
Part III. Political Rights in Neoliberal Times
5. Neoliberalism and the Economization of Rights, by Wendy Brown
6. Law and Domination, by Christoph Menke
Part IV. Criticizing Capitalism
Part V. The End of Progress in Postcolonial Times
10. "Post-Foucault": The Critical Time of the Present, by Penelope Deutscher
11. Criticizing Critical Theory, by Charles W. Mills

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Chamada: XI Encontro da ABCP (Curitiba/2018)

As inscrições de trabalhos para o XI Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) , que ocorre entre os dias 31 de julho e 3 de agosto de 2018 na cidade de Curitiba, estão abertas até o dia 03/12. Entre as possíveis áreas temáticas para a submissão de resumos destacam-se a área de Teoria Políticaorganizado por Raquel Kritisch (UEL), a área Gênero, Democracia e Políticas Públicas, organizada por Flávia Biroli (UNB), e a área Política, Direito e Judiciário, organizada por Andrei Koerner (Unicamp). A lista completa das áreas, bem como as regras para a submissão, podem ser encontradas no site do evento.




XI Encontro da ABCP - Curitiba 2018 | Chamada de Trabalhos


A Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) tem o prazer de convidar a comunidade de estudiosos de Ciência Política e áreas correlatas a apresentarem propostas de trabalhos para o seu XI Encontro, que terá lugar no campus da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, de 31 de julho a 3 de agosto de 2018. O tema geral do Encontro será “Democracia e representação: impasses contemporâneos”.

APRESENTAÇÃO - XI ENCONTRO DA ABCP

No momento em que a Constituição de 1988 celebra trinta anos de existência, os caminhos da política brasileira convidam à reflexão sobre a qualidade de nossa democracia. Em junho de 2013, a explosão de protestos no país exibiu inesperado ceticismo popular em relação às eleições, aos partidos e ao voto. Desde então, com mudanças políticas ocorrendo num ritmo cada vez mais acelerado, o debate sobre os limites do nosso sistema político ultrapassou os muros do Congresso Nacional e da Academia, chegando à imprensa e ao grande público. Ao impeachment da presidente Dilma Rousseff somaram-se outros tantos eventos críticos que desafiam a estabilidade de nossas leis e instituições, elevando a imprevisibilidade quanto aos rumos da política nacional.
Porém, a crise brasileira parece ser algo mais do que apenas a manifestação de nossas idiossincrasias nacionais, exibindo, talvez com maior dramaticidade, os dilemas das democracias em todo mundo, notadamente as difíceis relações entre os poderes político e econômico e a ascensão de uma onda política conservadora. Esta última manifesta-se, sobretudo, frente à maior crise de refugiados da história recente, gerando na Europa o renascimento de um sentimento xenófobo que se expressa em episódios de violência aberta contra imigrantes, no fechamento de fronteiras, na construção de muros e na decisão, surpreendente para muitos, de saída do Reino Unido da União Europeia. Nos Estados Unidos, a eleição de Donald Trump, por sua vez, dá vazão a uma retórica de intransigência.
Nós, cientistas políticos, precisamos nos perguntar em que medida esses processos são, de fato, a expressão de uma propensão conservadora que traz consigo a defesa de uma nova ordem autoritária; se se trata antes de um descontentamento passageiro com as formas típicas da democracia representativa e, se for este o caso, se tal descontentamento traz consigo apenas indiferença frente aos destinos dessa forma ou, ao contrário, algum tipo de projeto democrático alternativo. Frente a esse cenário, acreditamos que nos cabe aproximar a pesquisa acadêmica do cotidiano social da controvérsia política; qualificar e nuançar os termos do debate público.
A ABCP espera que essa extensa agenda, passível de diversos ângulos de abordagem e reflexão, permita a seus associados dialogar de forma profícua e produtiva durante seu XI Encontro, tanto nos já tradicionais espaços reservados às Áreas Temáticas, Conferências e Sessões Especiais, quanto na nova arena dos Fóruns Regionais. Estes últimos são a expressão do esforço de capilarização da ABCP a fim de dar voz a debates realizados localmente nas Diretorias Regionais recém-eleitas.